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O ódio e a política

A militância política na maioria das vezes é uma arte nobre pois garante a representatividade de determinados grupos sociais e a discussão de temas importantes. Tudo isso contribui para construir uma sociedade mais justa e atenta aos princípios norteadores do nosso Estado democrático.

A raiva empregada contra os seres envolvidos, porém, decorre da ignorância dessas bases e serve como uma espécie de muleta para aqueles que procuram denegrir pessoas e quase nunca os fatos.

O senhor Nilson Papinho, ou vovô slime, é um senhor simpático que já enviou diversos vídeos inocentes na internet. O mais conhecido é um vídeo em que ele tenta fazer uma slime, que nada mais é que uma gosma pegajosa adorada pela criançada.

Sem a devida malícia nesse mundo socialmente crucificador, em um dos questionamentos, declarou em quem havia votado, passando então a ser alvo de ataques nas redes sociais sendo que em um deles sua honra foi colocada em xeque.

Toda a crucificação, assim como no Getsêmani, ocorreu sem nenhuma prova ou indício. Os justiceiros digitais afirmaram que o senhor simpático era na verdade um pedófilo e por alguns momentos destruiram a reputação do idoso.

Os grandes canais de mídia, após a repercussão, investigaram e constataram que se tratava de mais uma desmoralização por opinião política. Quem espalhou o boato declarou depois que não tinha nenhuma prova daquilo que alegava e afirmou que toda a declaração era tudo fruto da sua imaginação.

Após destruir a reputação, aqueles que se escondem atrás de uma tela se satisfazem, inflam seu ego e acreditam que não serão punidos. Com a evolução de técnicas investigativas, porém, a polícia fica cada vez mais próxima deles e a justiça através disso pode cumprir o seu papel.

Jair Bolsonaro

Todos sabemos que a política tem sido, em grande parte, desagregadora da nossa sociedade. Alguns dos seres “politizados” não conseguem elaborar o raciocínio para atacar com fatos, mas sim com grau de subjetivismo e personificação.

O ódio faz, portanto, as pessoas malquererem alguém por sua filosofia de vida ou militância política. Dessa forma, esse tipo de conduta já confrontou o novo presidente, Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais era possível encontrar menções de pessoas que torceram por sua morte e em uma sociedade que se diz apoiar e amar a democracia, tudo isso evidencia uma enorme contradição.

A política deve, sim, ser aspecto de discussão. Porém quando todo esse desacordo envolve as pessoas em sua subjetividade quem perde somos nós.

Perdemos, então, a grande chance de discutir com maturidade os aspectos que poderiam criar uma nação melhor. Perdemos a vontade de entender o próximo. Perdemos a chance de aceitar a opinião alheia e, por fim, em nossa ignorante consciência, acreditamos fielmente que estamos ganhando.

Foto: Martigreffe (flickr)
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